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NOVA PONTE DO TGV TERÁ TABULEIRO PARA CARROS

Porto, Gaia e IP negoceiam atravessamento do rio Douro com dupla função, o que fará com que a travessia D. António Francisco dos Santos não seja feita. Ligação terá o nome do bispo

Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

Hipótese está a ser estudada como.

alternativa às duas travessias. anunciadas entre Porto e Gaia

TRANSPORTES Em vez de duas novas pontes no rio Douro a jusante da travessia do Freixo, teremos apenas uma com dois tabuleiros: um para o comboio de alta velocidade e outro rodoviário. A solução, que está a ser negociada entre as câmaras de Gaia e do Porto e a Infraestruturas de Portugal (IP), permitirá que, em vez de construir a travessia para o TGV e a Ponte D. António Francisco dos Santos a poucos metros de distância uma da outra, passe a existir só uma ligação com uma dupla função, à semelhança do que sucede com a Ponte de Luís I (metro no tabuleiro superior e trânsito automóvel no tabuleiro inferior).

Este dossiê deverá ficar fechado nos próximos dias e está dependente da análise dos engenheiros que trabalham no desenho do novo atravessamento. Optando-se pela travessia com dois tabuleiros, os municípios do Porto e de Gaia contribuirão financeiramente para o projeto, da mesma forma que fariam caso avançassem com a execução da ponte D. António Francisco dos Santos. Aliás, o concurso público de conceção e construção da travessia rodoviária está em curso e o vencedor será conhecido em meados de outubro. A decisão sobre os atravessamentos no Douro é crucial para definir o desfecho deste procedimento, que poderá vir a ser anulado.

Na próxima quarta-feira de manhã, o primeiro-ministro António Costa e o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, estarão na Invicta (na estação de Campanhã) para apresentar a nova linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, que, a partir de 2030, ligará as duas cidades numa hora e 15 minutos.

PONTE GÉMEA DESCARTADA

O JN apurou que há boas perspetivas de a nova ponte, que servirá a linha do TGV entre Porto e Lisboa, ter um tabuleiro superior para acolher os comboios de alta velocidade e um tabuleiro inferior para o transporte rodoviário e peões, aproximando Campanhã, no Porto, de Oliveira do Douro, em Gaia. Sendo essa a opção, a nova ponte adotaria, então, o nome do antigo bispo do Porto que faleceu subitamente em setembro de 2017.

Totalmente afastada está já a construção de uma travessia gémea, colada à ponte de São João (ficaria apenas a 25 metros da atual travessia ferroviária), para o TGV. Além desta proximidade, teria um impacto significativo nas margens, sobretudo em Gaia, obrigando a duas dezenas de demolições no bairro de Quebrantões para a implantação dos pilares e por causa do sobrevoo do tabuleiro. Também foi considerada e descartada a hipótese de alargar o tabuleiro da Ponte de São João. Além de descaracterizar uma das pérolas de engenharia do Grande Porto (a travessia foi concebida pelo engenheiro Edgar Cardoso, autor da Ponte da Arrábida), teria um impacto na exploração da rede ferroviária muito elevado.

Neste momento, a nova ponte do TGV cruzará o Douro a cerca de 150 metros da travessia ferroviária (ver infográfico) para minimizar o impacto visual nessa obra, afastando-se do bairro e do cais de Quebrantões. Na encosta de Gaia, entra numa zona praticamente livre de construções, permitindo encurtar o troço em túnel rumo a Santo Ovídio.

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2022-09-26T07:00:00.0000000Z

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